O corpo no pós-parto: o que você precisa saber, mas quase ninguém fala

Por: Verônica Silveira 3 de novembro de 2025

Depois do parto, tudo se reorganiza. O corpo pede tempo, acolhimento e informações claras, enquanto a mente tenta acompanhar um turbilhão de expectativas, cobranças e novidades. É um período potente e bonito, mas também vulnerável, que pede escuta, gentileza e, acima de tudo, espaço para falar sobre o que se sente sem medo de julgamento.

O corpo no pós-parto vive um processo intenso de transformação, tanto física quanto emocional. No entanto, apesar de ser um momento de grandes descobertas, ele também é frequentemente atravessado por silêncios. Entre mamadas, noites em claro e a nova rotina com o bebê, muitas mulheres não encontram espaço para falar sobre o que está acontecendo dentro de seus corpos.

Essas mudanças são naturais, mas isso não significa que devem ser ignoradas. Muito pelo contrário: quanto mais compreendemos o que está acontecendo, mais capacidade temos de acolher, cuidar e ressignificar esse momento.

O que muda no corpo da mulher após o parto?

Durante a gestação, o corpo da mulher passa por adaptações profundas para sustentar o desenvolvimento do bebê. A participação ativa do assoalho pélvico nesse processo é pouco comentada, mas essencial. Esse conjunto de músculos é responsável por sustentar o útero, a bexiga e outros órgãos, além de ter papel importante na postura, na respiração e no controle urinário.

Com o parto, independentemente da via de nascimento (cesárea ou vaginal), o corpo entra em uma fase de reorganização. O puerpério é, portanto, um período de adaptação fisiológica, hormonal e emocional. A barriga diminui, os órgãos retomam seu lugar, e o sistema hormonal passa por novas oscilações.

Mudanças corporais no pós-parto: o que é comum e o que merece atenção

Em muitos casos, o corpo tende a se reequilibrar naturalmente com o passar dos meses. Porém, alguns sintomas indicam que ele ainda está precisando de suporte especializado:

  • Pequenos escapes de urina ao tossir, rir ou fazer esforço;
  • Sensação de peso ou “bola” na região vaginal;
  • Dor durante a relação sexual (dispareunia);
  • Frouxidão abdominal e vaginal;
  • Alterações na postura e dores lombares recorrentes.

Esses sinais podem indicar disfunções do assoalho pélvico e musculatura abdominal, sendo comuns após o parto, mas não obrigatórios. Ou seja, não é preciso aceitar o desconforto como parte inevitável da maternidade.

O papel da fisioterapia pélvica na recuperação pós-parto

A fisioterapia pélvica atua como uma grande aliada nesse momento. Com avaliações personalizadas e técnicas especializadas, ela ajuda o corpo a retomar sua funcionalidade e bem-estar.

Além disso, favorece a percepção corporal, melhora o tônus da musculatura íntima e reduz dores que podem impactar a qualidade de vida da mulher.

Entre os principais benefícios estão:

  • Redução dos escapes urinários;
  • Melhora da sensibilidade e do prazer sexual;
  • Prevenção de disfunções como prolapsos e diástase abdominal;
  • Reorganização postural e fortalecimento abdominal;
  • Conexão entre corpo e mente, trazendo segurança e autoconfiança.

E a libido, onde fica?

Outro aspecto importante das mudanças corporais no pós-parto é o impacto na sexualidade. A queda hormonal após o parto e durante a amamentação pode levar à diminuição da libido e da lubrificação vaginal.

Some-se a isso o cansaço, a sobrecarga física e mental e a nova rotina com o bebê, e é compreensível que o desejo sexual não seja o mesmo do período anterior.

Tudo isso é natural. O que faz diferença é o olhar sensível e sem cobranças para esse momento. A fisioterapia pélvica pode, inclusive, contribuir para essa reconexão com o prazer, de forma respeitosa e gradual.

Autocuidado não é luxo: é sobrevivência

Muitas mulheres colocam as próprias necessidades em segundo plano após a chegada do bebê. Mas, cuidar de si é também cuidar do outro. Ao fortalecer o corpo e acolher as emoções, a mulher encontra mais base para atravessar o puerpério com menos dores e mais presença.

O acompanhamento profissional nessa fase faz toda a diferença. Ter com quem conversar, ser ouvida, ser tocada com cuidado e profissionalismo é uma forma de reconstruir a autoestima e reconhecer-se novamente em um corpo que agora carrega outras histórias.

Quando buscar ajuda?

Se você sente algum desconforto ou quer prevenir complicações, me procure. Mesmo que tudo pareça dentro da normalidade, uma avaliação após o parto pode identificar pontos de atenção e auxiliar em uma recuperação mais eficaz.

Em resumo, o corpo no pós-parto precisa de tempo, acolhimento e suporte. Você não precisa atravessar isso sozinha.

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