Muita gente ainda acredita que escapes de urina só acontecem na velhice. Mas a verdade é que a incontinência urinária não tem idade. Pode parecer surpreendente, mas é comum atender mulheres jovens que já convivem com esse incômodo em silêncio.
Se você já sentiu algum escape ao espirrar, tossir, rir ou durante os exercícios, saiba: isso não é normal e tem tratamento. E quanto antes procurarmos ajuda, melhor.
Hoje, quero te mostrar que você não está sozinha, que esse problema é mais comum do que parece e que é possível recuperar o controle da sua bexiga de forma natural e eficaz.
Então, os escapes de urina têm idade?
A resposta direta é: não, escapes de urina não têm idade.
A perda involuntária de urina pode aparecer em qualquer fase da vida da mulher, desde a juventude até a menopausa. Isso acontece porque o nosso corpo passa por muitas transformações hormonais, estruturais e funcionais, e o assoalho pélvico é diretamente afetado por tudo isso.
Vamos entender melhor em quais momentos da vida esse sintoma pode surgir e por que acontece?
Na juventude: escapes de urina durante os treinos
Sim, mulheres jovens também podem sofrer com escapes de urina na juventude. E isso é mais comum do que se imagina, especialmente em praticantes de atividades físicas de alto impacto, como corrida, crossfit, saltos ou treino funcional.
Durante esses movimentos, o assoalho pélvico é submetido a uma pressão constante. Quando essa musculatura está fraca ou desorganizada, o escape pode acontecer. Infelizmente, muitas vezes isso é tratado como “normal” no meio esportivo. Mas não é.
Se você sente perda de urina ao treinar, é hora de investigar.
Durante a gravidez: uma fase de sobrecarga para o assoalho pélvico
A gestação é um momento de grandes mudanças no corpo da mulher. A pressão do bebê sobre os órgãos, as alterações hormonais e a preparação para o parto mexem profundamente com o assoalho pélvico.
Por isso, os escapes de urina na gravidez são comuns, mas não devem ser ignorados. Eles indicam que a musculatura está sobrecarregada e precisa de cuidado.
E aqui vai um ponto importante: optar pela cesárea não é garantia de que você não vai ter incontinência. O risco existe com qualquer tipo de parto, porque a gestante já sofre uma grande pressão abdominal ao longo dos meses.
No pós-parto: quando os sintomas persistem
Depois do nascimento do bebê, especialmente nos primeiros meses, é comum que o corpo ainda esteja se reorganizando. Porém, se os escapes de urina no pós-parto persistem, é um sinal de alerta.
O parto (normal ou cesáreo) pode enfraquecer a musculatura pélvica e deixar a região mais sensível. Por isso, o acompanhamento com a fisioterapia pélvica é essencial para a recuperação.
Quanto antes começarmos, mais rápido é o progresso.
Na menopausa e maturidade: o papel dos hormônios e do tempo
Com o passar dos anos, entramos em uma nova fase da vida. A menopausa traz mudanças hormonais que afetam diretamente o tecido vaginal, uretral e o assoalho pélvico. A queda do estrogênio reduz a elasticidade e a firmeza desses tecidos.
Por isso, os escapes de urina na menopausa são frequentes. Cirurgias ginecológicas, partos antigos e o envelhecimento natural da musculatura também contribuem.
Porém, é fundamental repetir: não é normal e não precisa conviver com isso.
Por que tantas mulheres não falam sobre isso?
Existe um tabu enorme em torno da incontinência urinária. Muitas mulheres sentem vergonha, acham que é “coisa da idade” ou simplesmente se acostumam com o problema.
Acontece que, ao esconder o sintoma, estamos postergando uma solução que pode ser simples. Quanto mais tempo demoramos para tratar, mais complexo pode se tornar o quadro.
Falar sobre escapes de urina é um ato de cuidado e de autoestima.
A fisioterapia pélvica é a primeira linha de tratamento
Acredita-se que a incontinência urinária só pode ser tratada com cirurgia. Isso não é verdade. A fisioterapia pélvica é reconhecida cientificamente como a primeira linha de tratamento para a maioria dos casos de perda urinária.




