Vaginismo, Dispareunia e Vulvodínia: termos que para algumas pessoas podem soar desconhecidos, mas, para muitas mulheres com vida sexual ativa, significa uma jornada de sofrimento e frustração. A razão disso é que o prazer passa a dar lugar para a ansiedade, medo e dor.
A dor por si só é um tema complexo, pouco compreendido e, muitas vezes, subestimado por profissionais de saúde. Definida pela Associação Internacional de Estudo da Dor (IASP, 2020) como “uma experiência sensitiva e emocional desagradável associada, ou semelhante àquela associada, a uma lesão tecidual real ou potencial”, a dor compromete a qualidade de vida de milhares de pessoas. No âmbito da saúde sexual feminina, percebemos um tabu. Muitas mulheres, buscando soluções para algo tão íntimo, recebem respostas como “é só relaxar” ou “bebe um vinho que passa”.
“Sinto dor durante a relação sexual, o que exatamente está acontecendo comigo?”
Não existe uma causa específica para a dor durante a relação sexual, porém algumas classificações e definições são feitas de forma a entender melhor os sintomas desta mulher.
◽ Vaginismo: É um espasmo da musculatura que fica ao redor do canal vaginal, impedindo a penetração.
◽ Dispareunia: Dor genital durante a relação sexual.
Os dois termos citados acima foram atualizados para englobar o grupo de sintomas presentes no Transtorno da Dor Gênito-Pélvica/Penetração, que pode incluir:
- Dificuldade persistente ou recorrente para penetração vaginal durante a relação sexual;
- Dor em baixo ventre e/ou região genital intensa durante relação sexual vaginal;
- Excesso de ansiedade ou medo de sentir dor por antecipação ao ato com penetração;
- Tensão excessiva em musculatura de assoalho pélvico durante tentativa de penetração.
◽ Já a Vulvodínia se trata da dor na vulva (parte externa da genitália feminina que inclui grandes e pequenos lábios, clitóris e intróito vaginal) de pelo menos 3 meses de duração sem uma causa identificável, porém, com alguns potenciais fatores associados. São eles: infecções vaginais constantes (como a candidíase), dores crônicas (endometriose, síndrome da bexiga dolorosa, síndrome do intestino irritável, fibromialgia, etc), tensão em musculatura de assoalho pélvico, ansiedade, depressão e estresse pós-traumático.
Como consequência destes fatores, a mulher que sente dor durante a relação sexual tende perceber redução da libido e pode passar a evitar os momentos de intimidade. Vale dizer que os sintomas relatados acima também podem afetar situações cotidianas como exames ginecológicos preventivos, ultrassonografia transvaginal e uso de absorventes internos ou coletores menstruais.
Tratamento
O tratamento para as dores durante a relação sexual inclui a participação de uma equipe de saúde multidisciplinar composta por ginecologistas, psicólogos, nutricionistas, educadores físicos e fisioterapeutas.
Fisioterapia
O fisioterapeuta também desempenha um papel fundamental. Os principais objetivos do tratamento fisioterapêutico em mulheres que sentem dor durante a relação sexual são:
- Avaliar histórico de saúde e da queixa atual através de uma escuta sem julgamentos
- Normalizar tensões musculares da região pélvica e adjacentes através de terapia manual, cinesioterapia e propostas para mudanças de hábitos
- Auxiliar na melhora da relação desta mulher com a própria dor
- Promover autonomia e empoderamento diante das possibilidades do seu próprio corpo durante o contato sexual.
Para maiores informações sobre como a assistência fisioterapêutica especializada pode ajudar no tratamento da dor durante o ato sexual, é só entrar em contato.